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Rodrigo Godá

Nascido em Goiânia, GO, em 1980, o artista iniciou sua trajetória no final da década de 90 trabalhando questões da pintura que lhe chegaram através da influência de Basquiat. Operou com elementos figurativos herdados da memória barroca – cruzes, fachadas de igrejas, volutas, ornamentos arquitetônicos e figuras de eclesiásticos – e dava a estas imagens um tratamento meio ingênuo e um cromatismo opaco, rústico. Experimentou ainda citar ícones da história da arte e representá-los apenas com sombras. Depois, já nos anos 2000, seu trabalho achou outros caminhos, foi amadurecendo e passou a deslocar-se entre a pintura e o desenho, assimilou outras informações e tomou uma postura mais intimista e um compromisso explícito com as bases da visualidade popular. A utilização da linha tornou-se recorrente para delimitar figuras ainda buscadas na história, como pontes, aquedutos, templos e arcos que eram associados com fragmentos textuais. A linha também passou a delimitar a construção de figuras imaginárias e de estruturas mecânicas, figuras de engenhocas retiradas da memória infantil. Mais recentemente   as engenhocas passaram a ser o assunto principal de desenhos e pinturas, e por meio delas a estética da gambiarra passou a se manifestar na produção do artista. A exuberância cromática de cores aplicadas planamente dentro de contornos definidos por linhas; a ligação entre cultura e natureza; a utilização do sem-uso; o resgate de sucatas para construção de objetos tridimensionais; tudo isto são aspectos que fazem de sua produção aflorar em inventividade,  lirismo e ludismo.

 

Divino Sobral

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