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Dalton Paula

O Baterdor de Bolsa.

2011

vídeo

1':31"

 

Nasceu em Brasília/DF (1982). Vive e trabalha em Goiânia/GO. Formação: Bacharel em Artes Visuais, Faculdade de Artes Visuais, Universidade Federal de Goiás. Recebeu as seguintes premiações: 4ª edição do Salão de Arte de Mato Grosso do Sul, Museu de Arte Contemporânea, Campo Grande/MS (2012); 11˚ Salão Nacional de Arte, Museu de Arte Contemporânea de Jataí, Jataí/GO (2012); 38˚ Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, Santo André/SP (2010). Realizou as exposições individuais: Amansa-senhor, Sé, São Paulo, SP (2015); E um terremoto sereno e imperceptível arrasou a cidade…, Sé, São Paulo/SP (2014); 6x Simultânea, Museu de Arte Contemporânea de Goiás, Goiânia/GO (2014); O álbum, Museu de Arte Contemporânea de Goiás- Sala Samuel Costa, Goiânia/GO (2010). Participou dentre outras das seguintes exposições coletivas: BÂNGALA: YAKÃ AYÊ,  Galeria A Gentil Carioca, Rio de Janeiro/RJ (2015);  Intersecções, Galeria Athos Bulcão, Brasília/DF  (2015);  Triangulações - Registros Circunstanciais: Intervenções, Fabulações, Apagamentos, Centro Cultural UFG, Goiânia/GO; Museu de Arte da Bahia, Salvador/BA; Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural Dragão do Mar, Fortaleza/CE  (2015);   Histórias Mestiças, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo/SP (2014); Camp! - Arte e Diferença,_Galeria Candido Portinari, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro/RJ (2013); Convite à viagem, Rumos Artes Visuais 2011/2013, Paço Imperial, Rio de Janeiro/RJ (2013); A cidade é o lugar, Museu de Arte Contemporânea de Goiás, Goiânia/GO (2013); Convite à viagem, Rumos Artes Visuais 2011/2013,  Itaú Cultural, São Paulo/SP (2012); Intuição Et Cetera, Rumos Artes Visuais 2011/2013, Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife/PE (2012); 63° Salão de Abril: A cidade e suas Desconexões Antrópicas,  Galeria Antonio Bandeira, Fortaleza/CE (2012); 44° SAC - Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba,  Pinacoteca Municipal Miguel Dutra, Piracicaba/SP; I Salão de Arte Contemporânea do Centro – Oeste, Centro Cultural UFG, Goiânia/GO (2011). Participou dentre outras das residências artísticas: Imersão em [território], Olhos d’Água, Alexânia/GO (2015); 3a Mostra OSSO Latino Americana de Performance , Lençóis-BA (2015); Estado de Deriva em Residência Móvel,  Chapada dos Veadeiros/GO (2014); 3ª Edição Muros: Territórios Compartilhados, Baluarte 7 Casa de Arte, Salvador/BA (2013);  Água no Feijão: residências artísticas no bairro Santo Antônio Além do Carmo, Salvador/BA (2013).

O vídeo de Dalton Paula, O batedor de bolsa, aponta a violência contida nos processos de exclusão social e nos preconceitos raciais da sociedade, pelos quais formou-se uma imagem deturpada do criminoso e do marginal, associando marginalidade às pessoas de pele negra e de origem humilde, àqueles que vivem muitas vezes desprovidos de bens essenciais, mas que nem por isso seriam capazes de roubar. O racismo, hoje criminalizado, tem seu lastro entranhado no comportamento brasileiro. O trabalho registra a performance feita exclusivamente para a câmera, embora seja realizada no espaço público de uma rua em bairro de periferia, tendo como fundo um muro com pintura branca desgastada e como solo a calçada reformada precariamente pelo improviso popular. Sua ação é econômica e rápida: o artista com os olhos vendados, sem camisa como lhe é de costume, tem nas mãos um cassetete de madeira (objeto que também é uma arma utilizada pela polícia), com o qual tenta bater em uma bolsa feminina suspensa no espaço acima de sua cabeça. Sem poder ver, golpeia o ar com o objetivo de surrar a bolsa; insiste até se cansar e abandonar a cena. A bolsa encaminha para outros significados como a bolsa de valores pecuniários onde circula o fluxo do capital internacional, e que está também acima de grande parte da população segregada, ou como guarda dos distorcidos valores morais e éticos das classes médias urbanas. Assim ele revive a situação de preconceito que sofrera quando criança, denuncia a violência racial e ao mesmo tempo expurga a desmedida associação, feita geralmente por mulheres brancas, da imagem de um menino negro e pobre à figura do marginal de rua, autor de pequenos furtos conhecido como pivete, trombadinha ou “batedor” de carteira ou de bolsa.

 

Divino Sobral

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